Aproveitando a ação “Novembro Azul”, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) realizou a pesquisa “Panorama sobre Conhecimento, Hábitos e Estilo de Vida dos Brasileiros em relação ao Câncer”, a qual identificou que o mato-grossense, assim como a maioria dos brasileiros, ainda não adota comportamento preventivo em relação ao câncer de próstata. Com um dos piores índices, em Mato Grosso apenas 33% dos entrevistados reconhecem a necessidade de se fazer o exame de próstata.
Entre os estados com melhores índices, estão Acre (93%), Distrito Federal (86%) e Paraná (82%). No contraponto, além de Mato Grosso, ficaram Rondônia (40%) e Maranhão (47%). Para realizar a pesquisa, foram ouvidas mais de 1,5 mil pessoas, sendo 723 entrevistados do sexo masculino.
A pesquisa revelou ainda que, no Estado, o percentual é menor ainda quando se trata do teste denominado PSA (sigla para prostate specific antigens ou antígenos específicos da próstata, em português). Neste caso, apenas 7% dos mato-grossenses reconhecem a necessidade de fazer este tipo de exame. Em Mato Grosso do Sul, o percentual foi 21%.
De acordo com a SBOC, o câncer de próstata é a variedade da doença que tem maior incidência na população masculina: um a cada quatro homens (24%) já foi ou conhece alguém que foi diagnosticado. Por conta do grande contato e pelas diversas campanhas de prevenção, 67% sabem que deveriam fazer exames de próstata e 42%, que deveriam passar por exames de PSA.
No entanto, na hora de colocar na prática essa atitude preventiva, os números despencam. Apenas 22% dos brasileiros fazem exame de próstata e 20% de PSA. “Este é um dado bastante preocupante, em especial, porque as taxas de conversão, ou seja, número de brasileiros que sabe que deveria fazer exames e não os faz, é extremamente alta”, afirmou o Dr. Volney Soares, oncologista clínico e diretor da SBOC, por meio da assessoria de imprensa.
Além de os dados referentes à prevenção do câncer de próstata não serem positivos, o estudo mostrou uma situação ainda mais preocupante em relação à saúde do homem. “De modo geral, foi possível perceber que o homem brasileiro hoje só se preocupa minimamente com a próstata e não tem nenhuma iniciativa preventiva em relação a outros tipos de câncer de alta incidência, como pulmão, ânus e estômago”, afirma.
No Brasil, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca) José Alencar Gomes da Silva, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do tumor de pele não-melanoma. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Segundo o Inca, mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. Em 2016, a estimativa do surgimento de novos casos era de 61.200 e de óbitos de pouco mais de 13 mil. Daí a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, que é feito através do exame de sangue de PSA e do toque retal, solicitados pelo urologista.
FONTE DIÁRIO DE CUIABÁ