Ontem, 23 de novembro, foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, patologia que já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em Cuiabá, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) promoverá um dia diferente para os meninos e meninas em tratamento do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCanMT). A ação faz parte da campanha denominada “Policiais Contra o Câncer Infantil”.
A partir das 8 horas, a PRF fará a entrega de todo o material arrecadado durante a campanha “Polícias contra o câncer infantil”, como roupas, calçados, fraldas, leite, suplemento alimentar e livros infantis. Os policiais também farão uma manhã diferente com as crianças em tratamento do hospital. Elas poderão assistir teatros, brincar nas oficinas, fazer um passeio pela cidade escoltados pelos motociclistas da PRF e ainda assistir aos policiais rasparem os cabelos como forma de parceria.
A data é uma forma encontrada para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento adequado desses pacientes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), entre os tipos de câncer mais comuns e as leucemias lideram as estatísticas (26%), seguidas pelos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central (13%).
Além desses, também acometem as crianças o neuroblastoma (mais frequente no abdome), tumor de Wilms (renal), retinoblatoma (retina) tumores germinativos TCG (ovários e testículos), sarcomas de partes moles e tumores ósseos (osteossarcomas), dentre outros.
Conforme o Inca, as últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Contudo, apesar dos tratamentos terem mostrado um notável progresso nos últimos anos, muitas crianças ainda chegam aos hospitais com a doença em estágio avançado e as chances de cura, nesses casos, acabam diminuindo expressivamente.
A dificuldade no diagnóstico evidencia o quão importante é estar sempre alerta aos sinais. “Os sintomas são inespecíficos e se assemelham com os de outras doenças, o que pode, muitas vezes, confundir os pais. Por isso é necessário ter um pediatra de confiança que trate da criança periodicamente, já que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura”, afirma Sonia Maria Rossi Vianna, médica oncologista e vice-presidente da Sobope.
Outro ponto discutido na data é a importância de uma maior capacitação dos profissionais da saúde, para que os principais sintomas relacionados à patologia possam ser identificados e tratados com segurança e qualidade. “O Brasil apresenta chances de cura menores em comparação a outros países mais desenvolvidos e há, ainda, uma discrepância significativa no acesso à saúde e na qualidade dos atendimentos em diversos lugares do País”, lamenta.
FONTE DIÁRIO DE CUIABÁ