Parte do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Hospital Santa Marcelina, instituição filantrópica de referência em Itaquera, na zona leste de São Paulo, está suspensa desde terça-feira, 5. O fechamento ocorreu após a unidade, superlotada, ser autuada pela Vigilância Sanitária Estadual por falta de equipe e problemas estruturais.
O pronto-socorro (PS) da unidade está com parte do atendimento suspensa. Também houve interdição parcial da ala de internação cirúrgica, do Ambulatório de Quimioterapia e de uma das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto - todos de atendimento exclusivo do SUS. Já serviços privados e para convênios estão normais.
Na unidade, há 24 mil atendimentos mensais - 87% pelo SUS. O PS ClÃnico tem 20 leitos, mas atende 50 pacientes diariamente, em média. O PS Cirúrgico tem 14 e atende 40. Nesta terça, uma funcionária estava no PS adulto, instruindo potenciais pacientes, enquanto um banner trazia a lista de 16 Unidades Básicas de Saúde e de Assistência Médica Ambulatorial que deveriam ser procuradas para atendimentos que não fossem de “emergência ou urgência”.
“Foi constatada insuficiência de profissionais para o atendimento e problemas estruturais, tais como falta de ventilação e ausência de espaço fÃsico adequado para acomodar os pacientes”, informou a Vigilância Sanitária. “Casos de extrema urgência devem continuar a ser recebidos pela unidade”, completa.
Segundo Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde, não é só a superlotação do espaço fÃsico que define uma interdição. “Depende das condições de atendimento, ou seja, os recursos humanos e materiais. O hospital estava com três vezes mais pacientes do que o adequado. Isso aumenta riscos de infecções e falhas na assistência”, disse ao Estado.
O PS do SUS, disse o Santa Marcelina, não está recebendo ambulâncias. “De demanda espontânea, usuários que chegam à unidade recebem a informação da restrição no atendimento e são orientados a buscar outro serviço na região”, informou. “Casos classificados como vermelho, considerados pacientes graves, com risco iminente de morte, são admitidos e atendidos na unidade.”
FONTE O ESTADO DE SP