Racionalizar a ciência a favor da saúde, defendeu o presidente da Associação de Medicina de FamÃlia e Comunidade, Moisés Nunes. Segundo ele, a comunidade cientÃfica internacional questiona a máxima de que na saúde mais resultados são obtidos quanto mais se gasta. O caminho, segundo ele, está no investimento em medicina de famÃlia. Nunes é um dos convidados do painel sobre saúde do segundo dia do seminário "Reage, Rio!", organizado pelos jornais O GLOBO e "Extra".
- A atenção primária é eficaz porque diminui a hospitalização. Quanto mais médicos de famÃlia, menor a hospitalização, a internação. Dialogando com o governo estadual (em referência ao discurso do secretário estadual de saúde), concordo que precisamos aumentar a atenção primária. No Brasil, 3% de médicos são de famÃlia. Precisamos aumentar a residência de medicina em famÃlia. Essa taxa, média, no mundo é de 40% - afirmou.
Moisés, que trabalha na ClÃnica da FamÃlia da Rocinha, explicou o que é um médico de famÃlia:
- É o médico de antigamente com ferramentas da atualidade. É o médico de antigamente porque tem o conceito de conhecer o paciente pelo nome, ir à casa da pessoa.
O pesquisador citou avanços recentes no municÃpio do Rio. Ele informou que a cobertura cresceu, entre 2008 e 2016, de 3% para 70% do municÃpio do Rio.
Segundo Nunes, 54% dos recursos aplicados na saúde são privados, mas só atendem a 20% da população. Para ele, há necessidade de mudar o paradigma dos gastos na área:
- O gráfico mostra que o custo de saúde vai aumentando, e vai aumentando a expectativa de vida, mas é uma curva não linear. Não é proporcional: quanto mais eu gasto mais a população vai ter saúde. Com o tempo essa curva vai se tornando horizontal. A partir de um certo ponto o gasto não gera necessariamente uma melhora.
O "Reage, Rio!" é uma realização dos jornais O GLOBO e "Extra", com oferecimento do Sistema Fecomércio RJ por meio do Sesc RJ, patrocÃnio da Oi e do AirBNB, e apoio do shopping Rio Sul.
FONTE O GLOBO