O Ministério da Saúde alertou que todas as localidades com cobertura vacinal contra poliomielite abaixo de 95% estão sob ameaça de surto da doença, destacando 312 municÃpios brasileiros — especialmente na Bahia, onde a vacinação contra a doença não chegou a atingir 50% da população.
Apesar de o Brasil não registrar casos de poliomielite há 28 anos, a resistência de pais e mães em imunizar os filhos contra a doença tem aumentado o risco de novos casos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite foi erradicada nas Américas em 1994, embora no mês passado a Venezuela tenha registrado o primeiro caso em anos.
Segundo informações da Agência Brasil, entre as cidades onde a situação é mais grave, 15% estão na Bahia e 14,29% no Maranhão, ambos os estados na Região Nordeste do paÃs. No Sudeste, São Paulo tem 44 municÃpios sob alerta e no EspÃrito Santo não há cidades com risco elevado — assim como em BrasÃlia (DF) e Rondônia. “Uma cidade com esses indicadores tem todas as condições de voltar a transmitir a doença em nosso paÃs. Será um desastre para a saúde como um todo”, comentou Carla Domingues, coordenadora do Programa de Imunização, durante reunião com secretários estaduais e municipais de saúde.
Poliomielite
Também conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é causada por um vÃrus que vive no intestino (poliovÃrus), atingindo crianças com menos de 4 anos, mas pode contaminar adultos também. A doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra por meio de saliva e fezes, assim como água e alimentos contaminados.
A maioria das infecções apresenta poucos sintomas, geralmente semelhantes às infecções respiratórias (febre e dor de garganta) e gastrintestinais (náusea, vômito e prisão de ventre). A forma paralÃtica da poliomielite pode atingir cerca de 1% dos infectados pelo vÃrus, deixar sequelas permanentes e causar insuficiência respiratória — em alguns casos, levar à morte.
Apesar de não ter um tratamento especÃfico, é possÃvel prevenir a doença através da vacinação, que é oferecida pelos postos da rede pública de saúde. O esquema de vacinação contra a poliomielite oral trivalente deve ser administrado aos 2, 4 e 6 meses de vida. O primeiro reforço é feito aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos de idade.