A Cadeira Nº 13, que ora ocupo nessa Egrégia Academia, tem como
Patrono o Doutor CYRO FURTADO SODRÉ.
Nascido no Rio Grande do Sul, mais precisamente no município de
Santa Vitória do Palmar, em 03 de junho de 1902, doutor Cyro é
descrito no “Portal Mato Grosso”, como médico, militar, professor,
músico, prosador e poeta.
Era médico do Exército, havendo menção, em jornal do Rio de
Janeiro de 1935, da participação do Capitão Cyro Furtado Sodré,
como instrutor do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais de
Reserva) do Exército. Portanto, foi de fato médico, militar e
professor.
Posteriormente, foi transferido para Cuiabá, com a missão de
comandar o antigo 16º Batalhão de Caçadores. Atualmente, 44º
Batalhão de Infantaria Motorizada, o Batalhão Laguna.
Mas não era só médico, não era só militar, não era só instrutor. Em
outubro de 1939, nascia a Rádio “A voz d’Oeste”, em Cuiabá,
primeira experiência radiofônica da capital. No mesmo mês, o dr.
Cyro iniciou sua colaboração com a Rádio, cantando com sua voz
de barítono, sob o pseudônimo “Aymoré”, uma canção mexicana.
Sua primeira contribuição para a rádio pioneira.
Em 1944, o Brasil mandou tropas para a Itália, por ocasião da
Segunda Grande Guerra, formando a Força Expedicionária
Brasileira. Entre essas forças, estavam homens do 16º Batalhão de
Caçadores, de Cuiabá, incluindo o dr. Cyro, que foi combatente na
Itália, recebendo diversas medalhas por seus feitos. O que
demonstra que além de médico, militar, professor, músico e poeta,
era também um herói.
Foi um dos fundadores do Conselho Regional de Medicina, em 1° de
outubro de 1958. Era então um dos 38 médicos que exerciam a
profissão à época no estado, tornando-se então um dos primeiros
conselheiros do órgão. Se não me engano, foi o segundo Presidente
do CRM, sucedendo o Dr. José Faria Vinagre. E depois, sendo
sucedido por Hélio Ponce de Arruda.
Também presidiu a Associação Médica de Mato Grosso. Foi
integrante e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato
Grosso.
Mas foi também, como mencionado no início, um prosador e poeta.
Com isso foi também eleito para a Academia Matogrossense de
Letras. Onde tomou posse, em março de 1969, da cadeira nº 38,
cujo patrono é Frederico Augusto Prado de Oliveira. Sua produção
intelectual foi veiculada em diversos periódicos de Mato Grosso, em
especial na revista “A Violeta”.
Seu amor a Cuiabá foi tão grande que, ao ser promovido a General,
rejeitou a patente, pois isto implicaria deixar Mato Grosso, preferindo
optar pela reserva.
Faleceu em Cuiabá, em 31 de julho de 1980.
Embora não seja tão eclético, como o dr. Cyro, pois não sou militar
ou poeta, e muito menos barítono, me inspiro no Patrono da cadeira
nº 13 desta Egrégia Academia, para assumir assento, destacando
suas facetas de médico, professor e prosador, esperando poder
contribuir para o engrandecimento da instituição.