A situação financeira tem feito moradores do noroeste paulista a desistir dos planos de saúde e quem não quer ou não pode esperar pelo SUS, Sistema Único de Saúde, tem encontrado uma alternativa. Na região tem aumentado o movimento nas clÃnicas populares.
A aposentada Mariza de Melo Costa sempre teve convênio médico, mas nos últimos anos, o valor do plano subiu muito e ela parou de pagar. Agora quando precisa de um especialista, ela recorre a uma clÃnica popular. “Já procurei um médico em outro hospital e a consulta era R$ 300, na clÃnica eu paguei R$ 70 os exames também eu fiz na clÃnica, cotei na cidade inteira e era mais barato”, afirma.
Mariza não está sozinha. Desde maio do ano passado, 1,4 milhão de clientes desistiram dos planos de saúde, segundo a ANS, Agência Nacional de Saúde. E com isso, o movimento nas clÃnicas populares não parou de aumentar. “A partir de agosto deste ano os nossos atendimentos dobraram devido a esses pacientes terem migrado do convênio, terem deixado de pagar, ou ter se desligado de alguma empresa que oferecia esse convênio”, afirma Fabiano de Moraes, coordenador de clÃnica.
Os exames também são mais baratos. O raio X que costuma custar R$ 120, na clÃnica popular sai por R$ 50. O hemograma completo, que pode chegar a R$ 35, na clÃnica custa R$ 15. Só em São José do Rio Preto (SP), são cinco clÃnicas desse tipo.
Uma delas tem pouco mais de um ano. Quando começou a funcionar eram feitos em média 100 atendimentos por mês. Este ano, a procura aumentou e a média tem sido em torno de 500 atendimentos por mês. “Existe uma porcentagem, a gente consegue trabalhar com esse preço, uma porcentagem fica para ele outra para clÃnica, para o médico e até maior que ele ganha no convênio, vantagem para o médico e para o paciente”, diz o médico sócio André Luiz Del’Arco.
O construtor Célio Luiz da Rocha precisava de um oftalmologista. Pelo SUS, só tinha consulta para daqui a seis meses. Quando ele descobriu que era possÃvel pagar R$ 89 nestas clÃnicas, não pensou duas vezes. “Vim de manhã e já fui consultado. É rápido, acessÃvel e tem preço bom”, afirma.
Outra clÃnica em Rio Preto começou a funcionar em abril. Em cinco meses, o número de consultas por dia passou de três para 30. “A gente acaba pegando essa fatia da população que não tem esse atendimento de qualidade do SUS e não tem condições de pagar um plano de saúde”, afirma o administrador Lucas Ferreira Queiroz.
FONTE G1