A morte súbita é definida como a que ocorre seguida a uma parada cardÃaca súbita em pacientes com previamente conhecida doença cardÃaca ou não detectada, cujo modo e o tempo da morte são inesperados. Geralmente a definição temporal seria de até 01 hora entre o inÃcio dos sintomas e a perda da consciência. Cerca de 50% das mortes de causa cardiovasculares são súbitas.
A incidência, ou seja, o número de casos de morte súbita anual, são estimados, e geralmente derivados de estatÃsticas americanas, cuja a idade é de importância fundamental. Estima-se que a incidência de morte súbita na população geral de 0-30 anos seja de 0,001% (1/100.000) ao ano, acima dos 30 de 0,1-0,2 % ao ano. Nos homens adultos 0,19 % (1,9/1000) ano e em mulheres adultas 0,057-0,09 (,057/1000-0,9/1000).
A presença de doenças cardÃacas principalmente de caráter hereditário pode na população de 0-30 anos elevar a incidência para 0,1% ao ano. E na população adulta acima de 30 anos com doença cardÃaca a incidência pode variar 5-25% ao ano.
Então como podemos preveni-la?
A causa mais freqüente de morte súbita são as arritmias cardÃacas malignas (fibrilação ventricular) ou potencialmente malignas (taquicardia ventricular), cuja a alteração elétrica pode estar presente desde o nascimento ou ser adquirida posteriormente como no pós -infarto do miocárdio, doença de Chagas.
A prevenção de morte súbita pode ser classificada em primária, na qual o objetivo é evitar que o indivÃduo apresente uma parada cardÃaca fatal.
Como fazê-la?
Adquirindo hábitos de vida saudáveis como:
a) Alimentação balanceada, rica em fibras, frutas e redução de gorduras e carboidratos;
b) atividade fÃsica orientada;
c) não ingerir ou exceder no consumo de bebidas alcoólicas;
d) não fumar;
e) melhorar o controle da saúde emocional.
Para pessoas que tenham obesidade, diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado, o controle adequado destes fatores de riscos cardiovasculares são, fundamentais para preveni-la.
Acresce a isto a realização de história clÃnica e familiar, exame fÃsico e complementares como Eletrocardiograma, Ecocardiograma, teste ergométrico e Holter que podem ser fundamentais para avaliação de arritmias cardÃacas ou fatores predisponentes.
A presença de história de morte súbita em familiar de primeiro grau, jovem, abaixo de 30 anos é fundamental para pensarmos na possibilidade de uma doença cardÃaca de caráter hereditário.
A morte súbita em familiar de primeiro grau idade superior a 30 anos, a possibilidade é que se trate de doença das artérias coronárias, mas sem esquecer no Brasil principalmente em regiões endêmicas da doença de Chagas.
A prevenção secundária seria para os pacientes que sobreviveram a uma parada cardÃaca, que podem ter tanto doença hereditárias ou adquiridas, como a causadora de arritmia cardÃaca.
Estes indivÃduos devem ser avaliados por um cardiologista clÃnico e também por um cardiologista especializado (Eletrofisiologista) que avaliará o melhor tratamento para impedir nova parada cardÃaca e conseqüentemente a morte súbita.
Hebert Donizeti Salerno é cardiologista arritmologista e eletrofisiologista da Cardioritmo em Cuiabá.