Superlotada, a UTI neo natal do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) está fechada para receber novas crianças, que nasçam prematuramente ou com enfermidades graves desde esta segunda-feira (30).
"Estamos transbordando", comenta o médico Francisco Souto, superintendente do HUJM, se referindo à superlotação do setor.
A UTI neonatal do HUJM tem 15 leitos, sendo 10 intensivos e 5 semi-intensivos, mas acolhe, nesta terça-feira (31) 18 bebês em estado grave.
Ontem um menino que nasceu com uma doença cardÃaca grave acabou morrendo na cirurgia.
"Se tivesse sobrevivido, pela gravidade do caso, com certeza teria que ir para UTI e eu nem estava sabendo onde ia botar essa 19ª criança", comenta o superintendente.
O HUJM é referência em gestação de risco em Mato Grosso pelo Sistema Único de Saúde, por isso mulheres em trabalho de parto, já sabendo que a criança precisará de atenção especial costumam se dirigir para lá.
Segundo o superintendente, a medida de fechar as portas é uma questão de segurança.
"Quando a UTI fica muito cheia, a gente consegue mais bercinhos e por serem pequenos a gente acomoda, aperta, mas chegamos a um limite de fontes de oxigênio na parede e profissionais. Isso afeta a qualidade do atendimento e até por uma questão de segurança paramos de receber novos casos porque um ambiente de terapia intensiva exige cuidados. Já estamos irregulares e a qualidade do atendimento está perigando", expõe o médico Francisco Souto.
O HUJM formalizou a situação junto à Secretaria Municipal e Estadual de Saúde.
"Estamos pedindo que grávidas em risco procurem outras unidades, porque aqui estamos com esta dificuldade", ressalta o superintendente.
Até o fechamento desta matéria, as Secretarias ainda não havia retornado, para tratar do assunto.
O problema maior é que em outros hospitais de Cuiabá que têm UTI a lotação também é uma realidade.
No Hospital Geral Universitário (HGU), todos os 16 leito de UTI neo-natal estão ocupados, conforme apurou o Gazeta Digital.